quarta-feira, 29 de junho de 2016

COMO ACONTECE O AUMENTO DO SALARIO DOS PREFEITOS E VEREADORES (I)




José de Jesus Santos *

Sabemos que o ano é de novas eleições para o Executivo e Legislativo, mas também mais um ano de luta dos servidores para terem o seu direito garantido quanto ao reajuste do salário.
A Constituição garante que o subsídio dos Vereadores seja fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para os próximos quatro anos.
E a fixação do subsidio não deixa de ser um reajuste também.
Mas diferente de como é feito para os trabalhadores do serviço publico onde há muitas vezes a necessidade de atos, paralisações e greves em meio a muitas negociações, o aumento do salário dos vereadores e do prefeito e dos secretários municipais é dado pela própria Câmara de Vereadores observando algumas regras garantidas na constituição federal.
Fazendo um estudo de caso pegaremos nossa cidade para entender como é dado o aumento aos poderes Legislativo e Executivo municipais, que depende do número de habitantes (que também norteia o numero de vereadores), do valor do salário dos deputados estaduais e da receita arrecadada.  
Conforme afirma os dois projetos de lei que já estão para serem postos na mesa e votação os edis é bom saber que:
1.       Por Boquim ter menos de 50 mil habitantes, os vereadores podem aprovar até o subsídio máximo de 30% do salário dos Deputados Estaduais;

2.       O pagamento dos subsídios não pode ultrapassar 5% (cinco por cento) da receita corrente líquida arrecadada pelo Município;
3.       O pagamento dos subsídios não poderá exceder a 70% (setenta por cento) da receita da Câmara, incluindo a folha de pagamento;
4.       Deve ser respeitada a (LRF) – no limite de 6% da despesa total com pessoal do Legislativo;
5.       A fixação deve respeitar a Resolução nº 202, de 24 de maio de 2001, do TCE/SE.
É importante não esquecermos que segundo a lei aprovada em 2012 poderiam o Presidente, Primeiro-Secretário, Segundo-Secretário e Vice-Presidente da Casa receberem subsídio diferenciado, de 10% a 30%, a seguir:
·         Presidente 30%,
·         Primeiro Secretário 20%,
·         Segundo Secretário 10% e,
·         Vice-Presidente 10%.

Essas vantagens diferenciadas para essas funções não estão mais presentes no PLº01/2016 sobre o subsidio dos vereadores. Em Boquim o subsidio dos secretários municipais é o mesmo dos edis.  E o do prefeito é de pelo menos 04 vezes mais que do vereador.
Fica assegurado pelo PL nº04/2016 sobre o subsidio do Prefeito, Vice e secretariados que eles terão direito ao 13º em duas parcelas – uma até novembro e a outra até o dia 25 de dezembro.
Em 2012 foi aprovado o seguinte valor:
·         PREFEITO: R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais);
·         VICE-PREFEITO: R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
·         VEREADORES E SECRETÁRIOS MUNICIPAIS: R$ 6.012,70.
Não se pode omitir que o que se tem declarado no Relatório de Controle Interno do Executivo de 2013 a 2015 o valor recebido pelo prefeito foi de R$ 20.060,00 e do vice R$ 13.373,33 respectivamente. E em 2016 que o valor pago ao prefeito voltou a R$ 24.000,00 e do vice R$ 15.000,00, segundo informa a prefeitura no site do TCE/SE no Relatório de Controle Interno.
Segundo os dados da Câmara de Vereadores até o ano de 2014 o subsidio foi de R$ 6.012,70. Infelizmente na Gestão do atual presidente da Câmara não temos acesso, pelo portal do Tribunal de Contas/SE aos números reais no relatório desde 2015.
Nas sessões os vereadores têm afirmado que recebem no bruto pouco mais de cinco mil reais, e o liquido é de 4800 reais.
Os projetos de Lei nº 01 e nº04, que tratam dos subsídios, serão votados pelos vereadores de Boquim no próximo semestre, e tudo indica que no inicio do mês do folclore... Agosto.




* Professor da rede municipal de Boquim
formado em História e Pós Graduado
 em Coordenação Pedagógica.

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